ESQUEÇA-SE DE SI MESMO

Você quer que sua esposa o trate como um rei? Pois então trate-a como uma rainha!


"Não pretendemos ter filhos por dois anos ao menos! Assim teremos tempo de nos adaptar um ao outro, antes que tenhamos de aprender a nos adaptar aos filhos". Essa declaração é uma das respostas mais comuns que recebo à minha pergunta, durante o aconselhamento pre-nupcial: "Quais são os planos de vocês quanto a ter filhos? " 
A afirmação supra evidencia o fato geralmente reconhecido que a maioria dos casais espera atravessar um período de adaptação após o casamento. Esse período comumente dura uns três anos. 
Uma pesquisa recente revelou que sete em cada dez divórcios se deram dentro dos três primeiros anos do casamento. A maior parte dos casais felizes concordará em que, ainda que os três primeiros anos de casados trouxessem muitas bênçãos e alegrias, também apresentaram muitas e difíceis experiências de adaptação.

Quase todos os conselheiros matrimôniais reconhecem três aspectos básicos de adaptação conjugal — o mental, o físico e o espiritual. 

A adaptação adequada em cada uma dessas áreas é necessária à formação de um matrimônio equilibrado. Se representarmos o casamento por um círculo, cada um desses três aspectos representaria, aproximadamente, um terço do relacionamento matrimonial. Ainda que a idade do casal, por ocasião do casamento, e o tempo em que estão casados, sejam fatores, um dos quais pode assumir aspecto mais importante que o outro, considerada a vida conjugal como um todo, as três áreas são aproximadamente iguais em importância. Na década dos vinte, o elemento físico poderá sobrepujar os outros, mas na década dos trinta é o elemento mental que predomina, e do final da década dos trinta em diante o elemento espiritual em geral se sobressai aos demais.

Essas três áreas de adaptação são sempre interdependentes. Dificilmente um casal se adaptará devida¬mente no terreno físico se não tiver um alto grau de adaptação mental. Conheço casais cuja dificuldade em se adaptar mentalmente produziu desajustamentos físicos, mas, devido a seu forte relacionamento espiritual — pelos laços da fé comum em Cristo — puderam fazer uma melhor adaptação no terreno mental e físico. 0 aspecto espiritual potencialmente é o mais importante, porque pode melhorar radicalmente a adaptação nos outros dois.
Devido à grande significação dessas três áreas de adaptação, irei tratar delas separadamente em capítulos sucessivos, começando com o aspecto da adaptação mental.
A adaptação mental no casamento, ainda que em geral a mais complexa, oferece excelente oportunidade para os dois se conhecerem profundamente. Como as pessoas têm a tendência de se apresentar no seu melhor durante o período do noivado, a maior parte dos casais tem uma adaptação mental muito grande a fazer. Essa área de adaptação evidencia diferenças de formação e encerra uma variedade de experiências que exige um treinamento renovado.
Na adaptação física o casal começa com uma experiência inteiramente nova. No aspecto espiritual podem, através do estudo da Palavra de Deus, aprender igual¬mente um novo relacionamento um com o outro e com Deus. Mas, no aspecto mental, cada um deles gastou aproximadamente vinte anos ou mais adaptando-se a outras pessoas, de acordo com o seu próprio padrão. Agora, chegam ao casamento com suas responsabilidades e pressões naturais, e poderão descobrir que seus padrões de adaptação a determinadas experiências estão em conflito com os de seu cônjuge. Por conseguinte, considerem com muita atenção a regra áurea da adaptação mental, conforme se aprende em:

"Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também o que é dos outros".Filipenses 2:3,4:
Com o propósito, diante de Deus, de se olvidarem de si mesmos e de fazerem seu cônjuge feliz, como estes versículos ensinam, vocês estarão aptos a fazer uma adaptação sadia às muitas facetas mentais da vida conjugal. Desejo discutir cinco dos mais comuns problemas de adaptação mental.